Burn On: Um Alerta para Empresas Transformarem a Cultura de Trabalho

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A crescente discussão sobre saúde mental no ambiente corporativo ganhou um novo foco com o reconhecimento do Burnout como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, um conceito emergente vem chamando a atenção dos especialistas: o Burn On. Essa síndrome, menos evidente que o Burnout, caracteriza-se por um estado contínuo de estresse e exaustão crônicos, sem que o indivíduo atinja o colapso completo.

Essa condição acende um sinal de alerta, especialmente em empresas que ainda cultivam uma “cultura hustle”, marcada pela produtividade desenfreada e pela negligência ao bem-estar dos colaboradores.


O Que É Burn On?

O termo Burn On foi cunhado pelos psicólogos alemães Timo Schiele e Bert te Wildt em seu livro “Burn On: Sempre à beira do Burnout: O sofrimento não reconhecido e o que ajuda contra ele”. A síndrome se diferencia do Burnout pelos seus sintomas mais sutis, que incluem:

  • Cansaço constante;
  • Ansiedade;
  • Dificuldade de concentração;
  • Desmotivação;
  • Dores físicas, como no pescoço, nas costas e na cabeça;
  • Problemas psicossomáticos, como pressão alta.

Esses sinais, muitas vezes ignorados, refletem a incapacidade de desconectar-se do trabalho, alimentada por pressões sociais e demandas profissionais.


O Impacto do Burn On no Ambiente Corporativo

De acordo com a pesquisa Check-up de Bem-estar 2023, da Vidalink, 63% dos profissionais relatam ansiedade ou angústia na maior parte dos dias. A síndrome está frequentemente associada a ambientes de trabalho tóxicos, onde há dificuldade de estabelecer limites entre a vida profissional e pessoal.

Cargos sem horários fixos e com alta carga de responsabilidade, como o de profissionais de saúde, são especialmente vulneráveis. Esses trabalhadores lidam com uma “depressão mascarada”, tornando a identificação do Burn On ainda mais difícil.

Além de prejudicar a saúde mental, a condição pode levar a problemas físicos e emocionais graves, afetando a produtividade e o engajamento dos colaboradores.


Como Tratar e Prevenir o Burn On

O Burn On é um estágio intermediário que pode ser revertido se tratado precocemente. O tratamento envolve psicoterapia, técnicas de relaxamento, atividade física e ajustes no ambiente de trabalho.

As empresas desempenham um papel essencial na prevenção da síndrome. Segundo Luis González, CEO da Vidalink, é crucial que líderes estejam capacitados para identificar os sinais da condição e que promovam uma cultura de bem-estar.

Seis Medidas para Prevenção do Burn On

  1. Repensar a Produtividade
    Estabeleça limites saudáveis para evitar a sobrecarga de trabalho.
  2. Estimular o Diálogo
    Crie espaços seguros para que os colaboradores possam compartilhar dificuldades.
  3. Conectar ao Propósito
    Mostre como cada colaborador contribui para os objetivos da empresa, aumentando o engajamento.
  4. Construir um Clima Favorável
    Priorize relações saudáveis no ambiente de trabalho.
  5. Alinhar a Liderança
    Garanta que gestores e líderes estejam comprometidos com o bem-estar da equipe.
  6. Oferecer Benefícios de Bem-Estar
    Facilite o acesso a serviços como suporte psicológico e atividades de autocuidado.

Um Chamado à Transformação

Prevenir o Burn On exige mudanças profundas na cultura organizacional. Empresas que investem em práticas saudáveis não apenas protegem seus colaboradores, mas também promovem maior produtividade, engajamento e retenção de talentos.

Reconhecer a necessidade de transformar a cultura de trabalho é o primeiro passo para criar um ambiente onde todos possam prosperar física e emocionalmente. Afinal, o sucesso de uma empresa começa com o bem-estar de sua equipe.


Seja um exemplo de liderança consciente e transforme seu ambiente de trabalho em um espaço de cuidado e equilíbrio.

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