Governo Poderá Cobrar Custos Previdenciários de Empresas por Acidentes de Trabalho

Compartilhar

Uma nova determinação da Justiça do Trabalho trouxe uma mudança significativa para as empresas em relação à segurança do trabalho e às responsabilidades previdenciárias. A partir de agora, a Advocacia-Geral da União (AGU) será notificada sobre decisões definitivas que reconheçam a culpa das empresas em casos de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, permitindo que o governo cobre dessas empresas os custos previdenciários decorrentes.

Principais Pontos da Nova Medida

1. Notificação da AGU

Os juízes trabalhistas devem notificar a AGU sempre que houver uma decisão definitiva (transitada em julgado) que reconheça a responsabilidade do empregador em um acidente de trabalho ou doença ocupacional. Dessa forma, a União será incluída como terceira interessada nesses processos trabalhistas.

2. Ação Regressiva contra Empresas

Com essas informações, a AGU poderá ajuizar ações regressivas contra as empresas culpadas, exigindo o ressarcimento dos valores gastos pelo INSS com benefícios pagos a trabalhadores afastados por acidentes ou doenças ocupacionais. Isso significa que as empresas podem ser obrigadas a reembolsar os cofres públicos pelos custos previdenciários gerados pela sua negligência.

Objetivos da Medida

A nova diretriz tem duas principais finalidades:

🔹 Pedagógica: Incentivar as empresas a adotarem medidas de segurança do trabalho e prevenção de acidentes.

🔹 Econômica: Reduzir os custos da Previdência Social, transferindo a responsabilidade financeira para empregadores negligentes.

Impacto Financeiro para Empresas e Governo

O governo tem enfrentado altos gastos com afastamentos por acidentes de trabalho. Entre 2012 e 2022, o INSS desembolsou mais de R$ 136,7 bilhões nesses casos, e esse valor já ultrapassou R$ 163 bilhões atualmente. Com a possibilidade de cobrar das empresas esses custos, a União busca aliviar o impacto financeiro sobre os cofres públicos.

A Importância da Prevenção no Ambiente de Trabalho

Diante dessa nova realidade, investir na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais é mais do que uma obrigação legal, é uma estratégia essencial para evitar passivos trabalhistas e financeiros. Algumas medidas recomendadas incluem:

Implementação de Programas de Compliance em Segurança do TrabalhoTreinamento contínuo dos colaboradores sobre normas de segurançaUso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)Monitoramento constante de condições de trabalhoInvestimento em tecnologia para redução de riscos ocupacionais

Além de reduzir riscos de processos trabalhistas e regressivos, essas medidas promovem um ambiente mais seguro e produtivo, garantindo a sustentabilidade da empresa a longo prazo.

Conclusão

Com essa nova diretriz, as empresas precisam estar ainda mais atentas à segurança do trabalho e à prevenção de acidentes. O descumprimento das normas poderá resultar não apenas em processos trabalhistas, mas também em ações regressivas movidas pelo governo para recuperar os custos previdenciários.

Para evitar penalizações, é essencial que os empregadores adotem uma postura proativa na prevenção de riscos. Investir em segurança não é um custo, mas sim uma estratégia inteligente para proteger tanto a saúde dos trabalhadores quanto a saúde financeira da empresa.

Notícias Relacionadas